Esse momento reflexivo, que certamente não acontecia apenas
comigo, se dava pelo fato de que uma criança ao questionar um adulto sobre o
que era a morte e o porquê dela existir, a resposta mais comum e “prática” que recebia
era que Deus gostava de estrelas e vez ou outra escolhia pessoas para ir
brilhar no céu. Eu até que me convencia e confesso que apesar de parecer
monótono, achava interessante o fato de se “transformar” em estrela. Depois de
aprender a ler, nos tempos que passava junta aos meus Gibis tive outra alternativa,
a Dona Morte apareceria num dia qualquer com sua capa preta e sua foice na mão e nos levaria
para o cemitério. Sem, dor, sem tristeza, simples como aceitar um convite
qualquer. Apesar disso, eu continuava achando a resposta da estrela mais
empolgante.
Com o passar do tempo muitas coisas iam mudando, tomando
novas formas, novos rumos. As pessoas continuavam morrendo, mas ao admirar uma
noite com céu estrelado, a ideia de pessoas estrelas já não passava mais pela
cabeça. E sobre os Gibis, bem, as leituras foram evoluindo. A realidade era
outra, já se havia aprendido sobre a estrutura tricotômica - corpo, alma e
espírito, sobre salvação da alma, sobre céu e inferno, sobre vida eterna.
Então, diante de um falecimento, além da tristeza, estava presente também a
preocupação em saber se aquela pessoa havia partido com salvação.
Hoje, as mudanças continuam acontecendo de forma bem
acelerada, grandes avanços e conquistas todos os dias, entretanto, o ciclo
continua o mesmo, irreversível, pessoas nascem, pessoas morrem. Muitos mostram-se desconfortáveis ao falar em morte, procuram evitar, pois remete às
lembranças de momentos tristes. Esse não
costuma ser o assunto predileto numa roda de amigos, em reuniões de família ou
em posts nas redes sociais, quando na verdade deveria ser lembrado e comentado
com frequência. Afinal, posso morrer antes mesmo de concluir minha escrita, bem
como você leitor pode não amanhecer vivo no próximo dia. O grande sábio, há muito tempo já afirmou que
“ É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa, pois
onde há luto lembramos que um dia também vamos morrer. E os vivos nunca devem
esquecer disso.” (Eclesiastes 7.2)
Diante disso, fica a seguinte interrogação: Seu modo de
viver lhe fornece a correta preparação para a morte? Ou você leva a vida de forma tão tranquila que até esqueceu da possibilidade de morrer?
Pense nisso! Pare um pouco de fazer planos para 2.050 e gaste um tempinho pensando na morte. Você pode acreditar em Deus, deuses, vida eterna, reencarnação, purgatório e outras coisas do gênero, todavia, apesar de suas crenças, algumas verdades não podem ser relativizadas, uma dessas verdades é a existência de céu e inferno, a outra, é que esses dois lugares serão habitados e todos nós iremos para um, ou para outro. As opções estão aí, a escolha é nossa, a consequência das decisões tomadas, também!
Cássia de Oliveira
Pense nisso! Pare um pouco de fazer planos para 2.050 e gaste um tempinho pensando na morte. Você pode acreditar em Deus, deuses, vida eterna, reencarnação, purgatório e outras coisas do gênero, todavia, apesar de suas crenças, algumas verdades não podem ser relativizadas, uma dessas verdades é a existência de céu e inferno, a outra, é que esses dois lugares serão habitados e todos nós iremos para um, ou para outro. As opções estão aí, a escolha é nossa, a consequência das decisões tomadas, também!
Cássia de Oliveira