quinta-feira, 30 de julho de 2020



Tal como essa lagarta, a vida às vezes nos assusta, pois  não é da forma que esperávamos, não apresenta a beleza que gostaríamos de ver e não tem as tonalidades que nos agradam. Mas, tão certo como o destino desse pequeno ser é transformar-se numa linda borboleta, a vida também nos virá de outros modos. Pequenas e quase imperceptíveis metamorfoses acontecem todos os dias, mesmo quando não nos damos conta, ou, quando acreditamos que tudo continua da mesma forma. Pouco a pouco, as coisas que eram, já não são, e nunca mais tornarão a ser. Daí a importância de aproveitar cada fase, cada tempo, cada momento. 
Por mais que as circunstâncias pareçam ameaçadoras, temos a oportunidade de ver sob uma outra ótica e permitir que elas nos proporcione sensações agradáveis e aprendizados importantes. Assim como a lagartinha, que à primeira vista, nos parece uma ameaça, mas quando a mão se abre para ela, só consegue sentir as cócegas causada pela textura macia. 
Talvez tudo esteja muito assustador! É a fase da pupa, onde tudo é escuro demais, por mais que tentemos, não conseguimos ver além, todo o interior está sendo modificado, e isso causa muita dor e incertezas. A esperança não morreu, mas está adormecida em sono profundo, não há motivos para esperançar. Tentamos nos mover, mas a inércia é tudo que conseguimos, pois nossas circunstâncias não nos permite movimentos. 
E então, quando menos esperamos - e o segredo está em esperar - tem-se uma linda borboleta! Alegria, liberdade e leveza. Não mais escuridão, não mais dor, não mais temores. É uma nova fase. Talvez a mais linda, mas não a mais importante, porque o que importa é permanecer firme durante todo o processo! 
Quando a vida parecer desesperadora, espere, descanse, confie! Aprenda a desfrutar as fases, e tirar aprendizagens em cada uma delas. Tente ver o lado bom, por mais que, às vezes, isso seja praticamente impossível. Estenda a mão, renda-se e permita-se “sentir cócegas” daquilo que te assusta. Em breve, muito breve, tudo muda! As formas, as cores e os ares serão outros, e você terá certeza de que valeu a pena. 
Porque sim, a vida nos virá de outros modos! 

Cássia de Oliveira 

#reflexao #vida #esperança #lagarta



De quantas coisas você abriu mão ao perceber que eram grandes demais?
Quantos sonhos e desejos ficaram de lado porque você se achou pequeno e fraco?
Quantos caminhos você deixou de trilhar por considerar que havia muitos obstáculos?
As formigas sempre foram pra nós exemplo de determinação, persistência e trabalho em equipe. Em Provérbios encontramos o imperativo para olharmos esses pequenos seres e aprendermos com eles. 
Faça chuva ou sol, com o grupo todo ou apenas em duas, elas não desperdiçam uma oportunidade. Não deixam passar algo útil simplesmente porque é difícil demais. Não se importam com o que os outros vão pensar ou dizer ao vê-las trabalhando.
Assim, não desista dos seus objetivos, sejam eles do tamanho que forem. Talvez seria mais fácil se você fosse mais forte, ou tivesse mais pessoas ao seu lado te apoiando, ainda assim, não é impossível. Afinal, “tudo te será possível se você crer”. Acredite! Mesmo com circunstâncias desfavoráveis; mesmo que a trajetória pareça longa demais e as dificuldades venham de todos os lados; mesmo que as pessoas digam: olha o tamanho dele (a) e olha o que ele (a) está tentando carregar. 
Mesmo que digam que você não vai conseguir, siga em frente! Pois é você quem precisa acreditar, não eles. 
Não importa quanto tempo vai levar, as dores que você vai enfrentar e as tempestades que te assustarão. O que realmente importa, é você dar o primeiro passo, e confiar que existe um Deus que tem prazer em ajudar todos que, apesar das limitações, não desistem! 

Cássia de Oliveira

quarta-feira, 25 de março de 2020

Empatize-se

Sei que em eras digitais, muitos não têm paciência para "longos" textos. E os que têm, nos últimos dias estão saturados de leitura, um hábito que tem divagado de bons livros à matérias e informativos tristes e preocupantes.
De qualquer forma, vou escrever, porque me acalma e embora haja preocupações maiores, as minhas compõem uma lista não pequena. Cada um com sua lista, temos um país inteiro beirando o desespero.
Por mais que tentemos ser solidários e empáticos, conversa vai, conversa vem, percebemos que cada um pensa primeiro em si e nos seus. E quando alguém não revela tal posicionamento na conversa, o faz em seus atos. Verdade é, que nosso amado Quintana estava bem certo quando escreveu, “A nós bastam nossos próprios ais, Que a ninguém sua cruz é pequenina. Por pior que seja a situação na China, os nossos calos doem muito mais...” Por ironia, o poema encaixa-se duplamente na atual situação.
 Eu diria que é natural e não errado, colocar-se a si, família e amigos em primeiro lugar. Sempre daremos prioridade a quem nos é mais chegado e por quem temos afeto. Errado, penso eu, é desconsiderar todo o resto. Ou fingir que considera, criticando intensamente o poder público, líderes religiosos e profissionais da saúde, mas, comprar band-aid apenas para seus calos.  Não vou dizer aqui que o presidente (amado por uns e odiado por outros), o pastor que não fechou a igreja (também amado por uns e odiado por outros) e os médicos infectologistas estão certos ou errados.  E não vou falar nada sobre, porque minha opinião não importa nesse momento. Não vai diminuir o caos que se instaurou na nação; não vai diminuir o problema de ninguém. Xingar A ou B, só me faz descer o nível, não melhora as coisas.
Se todas as decisões que foram tomadas até aqui, tivessem sido diferentes, da mesma forma, uma metade estaria de acordo e a outra, discordando. Igualmente teria muita gente descarregando insultos, postando trezentos stories de sátiras e fazendo NADA para amenizar o sofrimento alheio. E não pense que sofre só os que testam positivo para Covid-19, sofre todo mundo. Quem pega o vírus e precisa estar hospitalizado, quem trata dele no hospital; quem fica em casa e teme infectar a família; quem não é do grupo de risco, mas anda tão ansioso que é capaz de enfartar; quem não tem o vírus, mas está prestes a perder o emprego; quem já está desempregado e percebe que provavelmente não sairá da situação tão logo; quem tem empresa e está endividado; quem é pai de família e mora precariamente em uma das muitas favelas e sabe que literalmente “se sair o bicho pega e se ficar o bicho come”; quem vive em situação de rua e ainda nem sabe o motivo de tanta gente andar com máscaras por aí... Sofre todo mundo, sofre eu e você.
Aonde eu quero chegar? No ponto em que, embora não sejamos profissionais da saúde, famosos que doam 1 milhão ao SUS, ou o presidente da república para fazermos o que achamos que deveria ser feito, podemos melhorar as coisas aqui e agora. Na nossa alma, nossa casa, comunidade, bairro, nos grupos virtuais, nos seguidores e seguidos das redes sociais...
Somos só mais um no meio de tantos, só mais um sentindo a dor do seu calo mais forte que as dores da Itália, do hospital, da favela, da rua, mas também dos pequenos e grandes empresários, dos governantes, dos milionários... Podemos ser um em tantos, mas também somos todos um só. E se ainda não entendemos, precisamos entender que quando um lado é afetado, todo o outro também é. Porque dependemos uns dos outros. Seja dentro de casa, seja no Brasil inteiro, precisamos de pessoas ao nosso redor. Ninguém faz nada sozinho. Se existe dores maiores e menores, sofrimentos grandes e pequenos, temos a opção de ignorar o menor e pequeno e considerar apenas o grande e maior, ou usar a tão escassa empatia e entender que quando eu categorizo e nivelo o sofrimento, é apenas o meu ponto de vista. E como já dizia o tio Boff, “todo ponto de vista é a vista de um ponto”. Logo, não ataque alguém, seja lá quem for, apenas por pensar que somente suas preocupações e dores são válidas.
Como já falei, podemos melhorar as coisas. Motive, anime, ajude, encoraje, fortaleça, “empatize-se” e sorria, sempre que possível. Porque sorrir em tempos difíceis, não é fingir que nada está acontecendo.  É ver que tudo está acontecendo e ainda assim, ter esperança!

Um abraço (virtual)!
Cássia de Oliveira

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

         Nunca foi fácil lidar com o novo, com "o nunca vivido"... Quando o novo é algo bom, a adaptação é rápida, o esforço brota sem força e tudo flui maravilhosamente bem.
Entretanto, quando "o nunca vivido é um "nunca desejar viver", tudo muda.  As coisas não são tão simples; não há adaptações, e o esforço precisa ser forçado, muito forçado, mesmo que doa... e dói! Sempre dói. São aquelas dores que não se escolhe, elas simplesmente vêm, como se fosse uma espécie de destino - é preciso vivê-la!
          Não dá pra ficar questionando tudo o tempo todo. Bem, até dá; o que não dá, é ter resposta pra todas as dúvidas, os porquês, os "e aí, qual é dessa vez?" ...
      O novo nunca vivido que se deseja nunca viver, deve trazer algo bom, antecipar bons momentos e preparar para dias de paz. É, deve sim. Pra alguma coisa ele tem que valer, não deve ser só pra causar dor.  Nada é só tristeza, tem que ter um outro lado, uma outra opção.
       Como a gente vive o novo nunca vivido? Dando jeitos... jeitos na vida, nos pensamentos, nas emoções e reações. Deus vai continuar ali, observando, admirando (ou não) os jeitos que a gente dá... Ele não vai dar as respostas prontas, elas devem ser procuradas, apesar de nem sempre serem encontradas.  Ele não vai permitir que "o nunca vivido" continue sendo um nunca vivido. É preciso que se viva, mesmo sem entender, mesmo tropeçando, caindo, rastejando...
       Ele não vai ficar pra sempre só observando... Em algum momento as coisas mudam de rumo. Ele também age, também fala, também cumpre! Será que existe ansiedade da parte dEle assim como da minha para esse "mudar de rumo"? Eu não sei... Na verdade, eu não sei muitas coisas, quanto mais vivo, menos sei, que loucura! E eu que pensei que seria bem diferente, que "os nunca vividos" seriam sempre bons e que as coisas boas nunca deixariam de existir.

Cássia

23/01/18
           

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Amanhã é incerteza

   A vida é poeira, é sopro, é piscar de olhos,
é nuvem que passa, é brisa
que vai, é folha que seca, que cai. É flor que murcha, é pó.
   O amanhã é sorriso, ou é lágrima. É o não saber.
É a expectativa ou a frustração, a alegria ou a dor.
É a incerteza.
   O hoje é o viver, o presente, o ser e estar. É o aqui e agora.
É a oportunidade, é momento.
   Que a vida seja vivida hoje, com a intensidade que cada minuto oferece.
Com a paz e tranquilidade que se merece. Com o amor
que se deseja.
Por que o amanhã pode não ser, pode não estar.
Ele é incerteza, não nos pertence...

Cássia de Oliveira

domingo, 3 de abril de 2016

E que se viva!

Que loucura essa vida. Que desafio esse jogo de viver, essa roda gigante que nunca para.
Que doida essa instabilidade constante que leva a vida aos extremos num piscar de olhos.
Que difícil não ter manual de instrução, ter que arriscar sempre, arriscar ganhar, arriscar perder.
Que louca loucura esse tempo que não dá pausas, que não espera, que atropela e que passa tão depressa.
Que complicado entender que o passado não volta, que o presente dá voltas e que o futuro nem sempre se vê.
E se isso é viver, esse turbilhão de sensações e emoções, que se viva pra valer.
Que se estenda mais a mão, que se doe mais abraços,  e se repita o perdão, sem limites, sem limites...
Que o amor, não seja tão escasso, nem tão burocrático, de tudo, ele é o menos complicado. Então, que se ame com intensidade, que se ame mais.
Que sorrisos apareçam com exageros, por motivos ou à toa, ele é sempre válido. Quanta vitalidade eles transmitem.
Que palavras boas sejam sempre ouvidas, de amigos ou estranhos, não importa. Importante é ouvi-las.
Que o medo seja apenas o combustível para nunca se parar. Para andar, sempre andar.
Que as paixões sejam bem vindas, as novas, as antigas, até as escondidas, porque apaixonar-se é necessário. Apaixonar-se sempre e repetidamente, por pessoas, por lugares, por momentos. E que não vire rotina, mas estilo de vida.
Que a sinceridade esteja presente e  seja respeitada, porque diferente da falsidade, ela faz crescer.
Que a humildade seja desejada por todos, assim como a gentileza e o respeito, porque nessa vida, somos todos, indiscutivelmente, todos iguais.
E que a paz, aquela que excede a todo entendimento, seja exalada, seja sentida, de segunda a segunda, sem restrições, sem interrupções. Porque, sim, ainda é possível nessa loucura de vida, se viver em paz!

Cássia de Oliveira

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Passo tanto tempo sem escrever aqui que, provavelmente eu sou a única que leio rs
Mas tudo bem!

As palavras a seguir, foram escritas no ano passado, mas hoje lendo o local onde escrevo meus pensamentos, orações e desabafos (pra não dizer "meu querido diário"), encontrei algo que penso ser pertinente. Sei lá, talvez você leia, se identifique e caia na real, assim como eu, que as coisas não vão bem e então, procure melhorar.  Ou quem sabe você vai ler e não entender nada. De qualquer forma, aí vai mais um pensamento que se desembaraçou ao passar pelos dedos.

Não é que as forças se acabam ou a esperança se vai,
É  que a gente se afasta de Deus.

Não é que o sentido se perde e a alegria desvanece,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que o brilho se apaga e o sorriso some,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que o sonho se dissipa e o objetivo se frustra,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que o coração aperta e a alma geme,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que a amizade termina e o mundo desaba,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que o viver esmorece e o respirar se fatiga,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que tudo perdeu o controle e a existência seja um erro,
É que a gente se afasta de Deus.

Quando a gente se afasta de Deus, experimenta a mais profunda dor na alma e o mais intenso pesar, Não porque ele castiga, mas porque longe dele, tudo perde o sentido.

Cássia de Oliveira
(25/10/15)