quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Passo tanto tempo sem escrever aqui que, provavelmente eu sou a única que leio rs
Mas tudo bem!

As palavras a seguir, foram escritas no ano passado, mas hoje lendo o local onde escrevo meus pensamentos, orações e desabafos (pra não dizer "meu querido diário"), encontrei algo que penso ser pertinente. Sei lá, talvez você leia, se identifique e caia na real, assim como eu, que as coisas não vão bem e então, procure melhorar.  Ou quem sabe você vai ler e não entender nada. De qualquer forma, aí vai mais um pensamento que se desembaraçou ao passar pelos dedos.

Não é que as forças se acabam ou a esperança se vai,
É  que a gente se afasta de Deus.

Não é que o sentido se perde e a alegria desvanece,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que o brilho se apaga e o sorriso some,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que o sonho se dissipa e o objetivo se frustra,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que o coração aperta e a alma geme,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que a amizade termina e o mundo desaba,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que o viver esmorece e o respirar se fatiga,
É que a gente se afasta de Deus.

Não é que tudo perdeu o controle e a existência seja um erro,
É que a gente se afasta de Deus.

Quando a gente se afasta de Deus, experimenta a mais profunda dor na alma e o mais intenso pesar, Não porque ele castiga, mas porque longe dele, tudo perde o sentido.

Cássia de Oliveira
(25/10/15)

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Mais amor por favor!

          Que o facebook não é o melhor lugar para se encontrar coisas interessantes, isso é verdade. Mas, vez ou outra alguém salva a pátria postando algo significativo. Hoje, por exemplo, li a seguinte frase: "Eu não preciso ser gay pra lutar contra a homofobia". Simples, mas inteligente.
O sujeito autor tem toda razão. Assim como não preciso ser de raça negra pra lutar contra o racismo, tampouco uma criança para combater a violência infantil. Só preciso ser humana e tratar o meu próximo também como humano.
As fotos coloridas nos perfis já estão incomodando muita gente. E por quê? Porque não concordam com a prática homossexual em si ou porque não toleram o "ser diferente"? Qual o problema com a diferença do outro? Por que respeitar classes específicas, enquanto todas se encaixam na de ser humano?
Isso é algo que realmente me incomoda! Não estou defendendo A ou B. Sou cristã e hetero, tenho meus princípios e conceitos formados e nunca fui desrespeitada por isso. Assim como não desrespeito aqueles que não concordam comigo. Se Jesus, sendo Deus, ofereceu e oferece seu amor a todos, sem impor critérios ou escolher gêneros, quem sou eu pra humanizar uns e desumanizar outros? Pra amar uns e desprezar outros?
Tenho amigos homos e heterossexuais e o amor que dispenso a eles tem a mesma intensidade. Posso não concordar com os atos e pensamentos de muita gente, mas isso não muda a forma como as vejo - humanas e alvos do amor de Deus. E a parte de julgar (que muitos adoram), eu prefiro deixar com Ele.
Mais amor por favor! "Porque toda lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo."

Cássia de Oliveira

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Eu poderia escolher qualquer coisa,
mas escolhi confiar.
e a partir do momento que confio,
já não sou eu quem direciona minha vida,
mas sim, aquele em que está depositada a minha confiança.
Já não sou eu quem escolhe o que fazer ou onde ir, mas Ele, Ele me diz
o que devo fazer e para onde ir.
Quando Ele não me diz, é porque quer que eu mesma escolha,
e por confiar nEle, eu opto por aquilo que irá agradá-lo.

Cássia de Oliveira

domingo, 4 de janeiro de 2015

  - Reclamare* + Ação


      Chega um momento em que você percebe que precisa melhorar, aquelas horas em que mudanças passam da lista de opções para a de necessidades.
Não, essas percepções não se dão pelo fato de ter iniciado um novo ano. Afinal, 2015 será como todos os outros se você optar pela inércia, isto é, falar muito, mas fazer nada.
Visivelmente falando, as coisas até estão bem, mas porque deixá-las assim se podem ficar muito bem, ótimas e até mesmo excelentes?

   Você não muda por preguiça ou por medo do novo?
   
  Talvez o principal motivo, seja mesmo a falta de coragem em renunciar algumas coisas.   Sim, se você procura por algo novo, precisa entender que é extremamente necessário dar boas vindas às renúncias! Afinal, é loucura desejar por mudança e continuar fazendo o que sempre fez.
Difícil? Com certeza. Mas jamais um ato impossível. Até porque, depois de um tempo torna-se habitual, você só precisa esforçar-se com demasia para o start.
      
    E calma! Não precisa se lamentar porque o primeiro dia do ano (aquele onde se inicia 1 milhão de coisas) já passou, ele certamente foi único, não vai voltar, mas você tem muitos outros pela frente. A esses dias, você pode dar o nome de "oportunidades", pois no despertar de cada um deles, você terá a possibilidade de mudar, de fazer melhor, de renunciar o supérfluo e ficar com o essencial. Terá a chance de ser ao invés de apenas parecer.

Cássia de Oliveira

*reclamāre do latim,“gritar contra”. Opor-se a algo ou protestar oralmente ou por escrito, queixar-se de alguma desconformidade, reivindicar ou exigir algo que foi injustamente tomado.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Liderança homeostática, é possível?

   Uma gangorra jamais ficará com os dois lados na mesma posição, a não ser que algo suficientemente forte posicione-se no centro dela e a equilibre. Caso contrário, sempre haverá um lado em cima e outro lado embaixo. Essa simples lógica me veio à mente quando com vinte e tantos anos me distraí juntamente com dois amigos a brincar de subir e descer numa gangorra.

   Era uma linda manhã de domingo, inverno de 2013, ainda estava cedo quando deixamos o hotel e decidimos por passear sem rumo com nosso espírito aventureiro de turistas pelas ruas de Montevideo. Sem mapas ou guia turístico, seguimos nosso passeio. Tudo era muito encantador, as folhas secas espalhadas pelas ruas uniam-se às construções de arquitetura charmosa e preservada e trazia uma paisagem com ar de Europa. A beleza dos edifícios que estampavam em seus detalhes vestígios do passado histórico nos enchia os olhos. 

O dia estava muito frio, principalmente pra nós, brasileiros desacostumados com temperaturas tão baixas. Ventava bastante na capital do Uruguay e logo a chuva fina começou a cair lentamente; andamos algumas quadras e estávamos diante de prédios antigos e espaçosos com grandes gramados à frente que beiravam as Ramblas – avenidas largas e extensas que contornam a costa de Montevideo. Estava pouco movimentada e assim, atravessamos a avenida de braços abertos sentindo a sensação de liberdade que o lugar proporcionava.

  Já do outro lado estávamos nós na Praça República Argentina, um espaço amplo, sem muitas árvores, com gramas verdes e macias. Um paredão de pedras separava a avenida da pequena praia do Rio de la Plata. Ali havia poucas pessoas, alguns cães brincavam com seus donos na areia e corriam eufóricos de um lado para outro, na calçada alguns pombos ciscavam distraidamente sem se importarem com quem ali passava, o horizonte ao mesmo tempo em que distante, parecia estar muito próximo. Embora que fôssemos bastante familiarizados com praias, não podíamos deixar de eternizar aquele momento, e assim, cada um com sua câmera fazia belos registros, com todas as poses e sorrisos, de todos os ângulos.

   Um pouco mais a frente um parque para crianças completamente ausente de pequenos, pareceu nos convidar a brincar. A simplicidade e aconchego do lugar nos impulsionou a viver por instantes a beleza da infância, afinal, naquela manhã os brinquedos eram todos nossos. Não nos incomodou o fato de que talvez alguns ‘adultos’ ririam da situação, até porque, não conhecíamos ninguém e ninguém nos conhecia.  Sem hesitar, nos entregamos à diversão.

  O sobe e desce da gangorra não me era novidade, mas as sensações que ela produz sempre são novas. Naquele dia, enquanto eu estava vezes muito próxima do chão, vezes elevada com os pés no ar, em meios às risadas me recordei do que havia ouvido no dia anterior, quando juntamente com um grupo de amigos brasileiros, e jovens de outros países, participava de um encontro para líderes juvenis na Intendência Municipal de Montevideo. Havia pastores, músicos e escritores renomados que nos proporcionaram situações e aprendizagens maravilhosas. Em meio aos momentos de comunhão, alegria e à atmosfera de adoração que nos envolveu, uma frase, das muitas palavras produtivas que foram faladas, me despertou a atenção. Quem a disse foi Pastor Marcos Witt, que durante sua fala divertida e inteligente afirmou: “No te achiques, pero no te engrandes”, isto é, não te menospreze, não te faças pequeno, mas também não te exaltes não te engrandeças.

  Os ouvintes lá presentes depositaram ainda mais atenção à fala do pastor e podia-se ouvir jovens afirmando uns aos outros: “no te achiques”, “no te engrandes”. Por um momento, pareceu-me paradoxal, pois estamos habituados à ótica dos extremos, ou estamos aqui ou lá, em cima ou embaixo, perto ou longe. Entretanto, logo percebi que Witt referia-se justamente ao equilíbrio que se deve ter entre um e outro, em como um líder deve se portar emocional e espiritualmente diante de seu grupo.

  Certamente que todos nós em algum momento da vida fomos liderados por pessoas que se achavam incapazes, viviam acanhados e demonstravam claramente que sentiam-se inferiores, mas havia também, e sempre há, aqueles que carregavam uma faixa de super líder, podiam, sabiam e faziam  “tudo”, pelo menos 50% da reunião era gasta por ele para elucidar suas qualidades.Essa é uma realidade constante na vida da liderança, desde os tempos bíblicos encontramos homens que foram chamados por Deus para exercer a função de líder e que reagiram de diferentes formas tanto ao chamado quanto durante o exercício da liderança. Podemos destacar entre muitos, dois personagens bíblicos jovens que apresentaram reações distintas quanto ao seu chamado – Jeremias e Sansão.

  Jeremias era de uma família de sacerdotes da tribo de Benjamim da cidade de Anatote (Jr 1.1), ainda muito jovem foi chamado para o ofício profético, porém não era uma missão qualquer, ele teria de confrontar os líderes e o povo por causa do pecado, profetizar o exílio de 70 anos na Babilônia e o retorno dos remanescentes a Judá. Talvez como qualquer outro, Jeremias relutou diante do novo desafio, pois lhe faltou autoconfiança, se sentiu sem habilidade e experiência para ser um profeta diante das nações e chegou a afirmar que não sabia falar, pois era uma criança (Jr 1.6). Mesmo ouvindo a voz do Senhor dizendo que o havia escolhido e santificado ainda quando estava no ventre de sua mãe, Jeremias hesitou, deixou que o medo e sua visão de si mesmo falasse mais alto que o chamado de Deus. Contudo, apesar de no primeiro momento Jeremias ter se “achicado”, ele decidiu confiar naquele que o havia escolhido, mesmo ainda duvidoso de seu potencial, ele acreditou que com a ajuda de Deus poderia exercer o chamado. Durante seu trabalho, muitas dificuldades lhe sobrevieram, Deus não o livrou das situações difíceis, dos insultos, das prisões, mas em todo momento esteve com ele. Dessa forma, Jeremias pôde perceber que apesar de sua fragilidade, era forte, pôde ter autoconfiança, não num sentido de soberba, mas porque Deus o havia escolhido e prometeu lhe capacitar.

   Sansão por sua vez, nasceu em Zorá, filho de Manoá da Tribo de Dã. Sua mãe era estéril, mas Deus a escolheu para ser mãe do nazireu que começaria a livrar Israel da mão dos filisteus. O voto de nazireu feito pelos pais de Sansão era para toda a vida, e por isso ele não poderia cortar seu cabelo, tocar num cadáver ou beber bebidas que contivesse álcool (Jz 1-7).  Desde muito cedo Sansão sabia de seu potencial. Era forte, determinado e conquistador, porém deixou que isso prevalecesse em sua personalidade, deixou de lado seu nazireado para satisfazer as próprias vontades. Tinha tudo para ser um grande líder,capacidade para fortalecer sua nação, para acabar com os filisteus, mas vacilou no controle emocional, não tinha disciplina, nem limites, foi desobediente a princípios e não atentou aos conselhos de seus pais, se deixou guiar pela compulsividade e pelo descontrole das emoções. Ainda assim, apesar de tudo, Sansão conseguiu realizar o propósito anunciado pelo anjo do Senhor antes de seu nascimento. Ele deu início ao resgate de Israel da mão dos filisteus. Sansão poderia ter feito muito mais, tinha potencialidades para isso, mas deixou que seu excesso de autoconfiança lhe impedisse. Teve uma liderança curta e uma morte precoce, desperdiçou parte de sua vida. Apesar deu seu nome estar na lista dos Heróis da Fé, muitos lembram dele como alguém que desperdiçou seu potencial.

   Atualmente, o quadro continua o mesmo. Dentro das igrejas encontramos líderes com diferentes perfis, uns que se assemelham ao de Jeremias, outros ao de Sansão. É comum também, ouvirmos jovens insatisfeitos com sua liderança, com seu modo de agir diante do grupo e com a forma que tratam seus liderados. É certo que líder perfeito não existe, até porque a perfeição na maioria das vezes será vista com relatividade.  Agradar a todos é uma tarefa difícil, trabalhosa, os liderados são jovens com formas de pensar e agir completamente distintas um dos outros, com opiniões e princípios que muitas vezes colidem entre si. Todavia, isso tem servido de desculpa da parte de algumas lideranças para se acomodarem, conformam-se com o que são e não buscam por aperfeiçoamento. Acreditam que se Deus os escolheu assim, é assim que devem permanecer. Quem sofre as consequências é todo o grupo, que muitas vezes se reúne para ouvir um líder que nem se quer acredita em si mesmo, que dirá nos jovens.  Ou um líder que acredita tanto em si que não sobra espaço para apostar nos jovens.

   Um líder que se sente incapaz, dificilmente tomará frente no seu grupo, prefere estar sentado e deixar que outro se encarregue das responsabilidades, sempre se vê inútil para exercer alguma atividade, alimenta constantemente seu complexo de inferioridade e deixa isso evidente aos que estão ao seu redor. Seus liderados estão sempre buscando motivá-lo, pois percebem a necessidade disso. O líder sozinho não é capaz de automotivar-se, é como uma criança mimada que precisa da atenção de todos voltada a ela.                                                Algumas das características desse tipo de líder são:

  • ·         Pensamentos e emoções negativas                                         
  • ·         Cultivo de pessimismo e fracasso
  • ·          Insegurança quanto ao chamado
  • ·          Vulnerabilidade
  • ·         Falta de persistência
  • ·         Desânimo


Já o líder como excesso de autoestima, sente grande necessidade de aparecer, gosta de falar, de se impor, mas não costuma parar pra ouvir. Afirma sempre que poderia estar em qualquer outro lugar ao invés de estar com os jovens, deixando claro que está onde está apenas porque se acha capaz e não por querer contribuir para o reino. Seus liderados sentem-se desestimulados, pois não encontram espaço para trabalharem e quando fazem algo, temem pela desaprovação de seu superior. Líderes desse tipo, comumente se escondem atrás de um orgulho doentio, se vangloriam por seus atos constantemente, fazem disso seu combustível.                                                                                                                             Características comuns a esses líderes são:

  • ·         Necessidade por destaque
  • ·         Insensibilidade
  • ·         Egocentrismo
  • ·         Realização dos objetivos a qualquer custo
  • ·         Otimismo exagerado
  • ·         Vanglória

  O indivíduo que está à frente de uma liderança tem o poder de influenciar tanto para o bem quanto para o mal. Seus liderados se espelham nele, imitam seus pensamentos, atitudes e a forma como tratam o próximo. Se o líder não se preocupar em formar líderes, então seu exercício de liderança será um fracasso. Se não houver sucessores, o tempo de liderança não teve validade. É preciso que durante o tempo em que se está à frente de um grupo, seja feito o trabalho de um garimpeiro, encontrar o ouro em cada pessoa, o melhor de cada liderado, pois “ninguém é tão comum que não seja interessante”, todos possuem algo muito proveitoso.

   O líder será sempre lembrado pelas atitudes que tomou ante uma determinada situação, sejam elas louváveis ou não. Cada líder possui uma personalidade, e isso é o que lhe torna único, o enfoque aqui não é a mudança de personalidade, mas o aperfeiçoamento de caráter. Se o líder se parece com Jeremias ou Sansão, se ele se “achica” com frequência ou em todo tempo se ensoberbece é preciso que encontre o equilíbrio, é preciso que trabalhe em si aquilo que está atrapalhando seu bom desempenho. Jesus foi o grande exemplo de liderança e deve ser seguido por todos. Ele foi o único totalmente equilibrado em todas as situações, suficiente para não se empolgar com os elogios que recebia, e nem se revoltar com as críticas e perseguições. Teve equilíbrio para ser humilde e servir sem se sentir incapaz, em nenhum momento sentiu-se grande e poderoso, mesmo sendo grande e poderoso.

Cássia de Oliveira




terça-feira, 19 de agosto de 2014

O Meu Papel Parede!



         Três horas da madrugada e eu me pergunto o quê minha mãe talvez já tenha se perguntado há bastante tempo: porque eu escrevo na parede enquanto minhas gavetas estão cheias de papéis?

Bem, não foi preciso pensar muito. Comecei a responder pra mim mesma que escrevo nas paredes não porque sou desocupada ou porque as pessoas que entram em meu quarto acham legal. Dentre outras razões, faço isso porque aprendi que o travesseiro não serve apenas para uma agradável noite de sono. Além de contribuir para um bom descanso, ele é um companheiro que ajuda a alar a imaginação. Assim como a escrita, ele parece desembaraçar os pensamentos mais complexos. Agora provavelmente você acaba de pensar, “ué! O que travesseiro e parede têm em comum?”, e eu explico, por muitas vezes esse objeto fofo de repousar a cabeça foi testemunha secreta dos meus pensamentos mais insanos e embaraçosos. Durante esses momentos em que eu tinha apenas ele como companhia física pra dividir o que se passava em minha mente, eu mantive meus olhos abertos, fitos na parede e isso me foi a solução de não me perder em meio ao turbilhão de ideias, reflexões e dúvidas.

Quando me senti triste, olhei pra frente e li na parede que “ostra feliz não faz pérola”, logo, preciso de tempos difíceis pra produzir boas coisas.
 Quando ansiosa em demasia, “piano, piano se va lontano”, percebi mais uma vez que ao ir muito rápido, canso demais e perco a força para prosseguir. 
 Nos momentos em que pensei nunca poder influenciar, “vós sois a geração eleita”, e pude ouvir novamente a voz do meu amigo Espírito Santo dizendo: “sim, eu te escolhi”. 
 Naqueles dias que enganei a mim mesma aparentando ser o que não era, “esse quam videri”, e lembrei que muitas coisas mudam, mas o ser ainda ultrapassa a aparência. 
 Quando parecia tudo perdido, “a esperança viva está”, e descartei definitivamente o ditado “a esperança é a última que morre”, afinal, ela não morre, apenas se esconde vez ou outra. 
 Em tempos onde o medo me atormentava, “se Deus está conosco não há o que temer”, relembrava que meu Deus é maior que tudo. Ele é o Eu Sou. 
 Quando pedi a morte por desejar mais estar com Deus do que aqui, “hold on, we’re going home”, entendi que já esteve bem mais longe, muito breve, num piscar de olhos, estarei em casa. 
 Nas situações em que pensei não valer a pena escrever, “verba volant scripta manent”, e compreendi que talvez daqui a algum tempo, alguns não poderão me ouvir, mas poderão me ler. 
 Quando desacreditei da existência de pessoas sensíveis à poesia, lá estava na parede um poema feito pra mim, concluí que nem tudo está perdido. 
 Em momentos que permiti surgir uma faísca de vingança, “bem aventurado os pacificadores”, e lembrei que sou seguidora de Cristo. 
 Nas horas que lamentei por ter falhado, “And I’m horrible limited”, acordei para a realidade – sou humana. 
 Quando reclamei da dificuldade em alcançar meus sonhos, “Quanto maior o objetivo, maior o sacrifício”, mais alguma reclamação?
 Nos dias que apenas chorei, “e Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima”, continuei chorando...

E então, diante disso, concluí que pra falar com o rei Belsazar Deus escreveu na parede, na minha, eu mesma escrevo, mas também ouço a voz dEle. Uns acham legalzinho, outros falta do que fazer. Pra mim é muito mais. Aprendi que posso ouvir a voz de Deus de diversas maneiras, em todos os lugares e com apenas uma condição, a de ter a sensibilidade de deixar os ouvidos sempre abertos.



Cássia de Oliveira
(14/08/14)